Receios de agravamento de surto de icterícia que afeta somalis em Dadaab
Doença fez centenas de vítimas no complexo de refugiados que acolhe mais de 400 mil desabrigados da Somália; Em Nova Iorque, Pnud lança primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano sobre o país em mais de 10 anos.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Agências humanitárias anunciaram medidas para deter um surto de icterícia aguda que já fez quatro mortos e 223 doentes no complexo de refugiados de Dadaab, que acolhe refugiados da Somália.
Numa conferência de imprensa, em Genebra, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, refere que os quatro casos fatais ocorreram em mulheres logo após terem dado à luz.
Relatório
O anúncio surge no dia em que o Programa da ONU para o Desenvolvimento lança, em Nova Iorque, o Relatório de Desenvolvimento Humano na Somália.
O evento, a decorrer à margem da Assembleia Geral, marca a primeira atualização em mais de uma década. O país do corno de África esteve mais de 20 anos sem governo funcional.
Receios
Pelo fato do período de incubação da icterícia ser de um mês, há receios de que o número de casos continue a aumentar.
O Acnur anunciou ações de saúde pública com destaque para a melhoria das condições sanitárias e promoção de boas práticas de higiene. De acordo com a agência, o primeiro caso da doença foi detetado há seis semanas no acampamento de Ifo.
A maioria dos casos da foi registada em locais com um número insuficiente de latrinas e fracos hábitos de higiene entre os recém-chegados. Situado no Quénia, o maior assentamento de refugiados no mundo alberga cerca de 473 mil habitantes, distribuídos em cinco acampamentos.