Na Assembleia Geral, Ban diz que muitos estão tolerantes à intolerância

Secretário-Geral abriu os debates de alto nível, pedindo aos líderes mundiais que façam mais para resolver crises; Ban Ki-moon afirma que o tempo é de tumulto.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O Secretário-Geral da ONU apelou aos líderes mundiais que façam mais para resolver crises. Ao abrir os debates de alto nível da Assembleia Geral, Ban Ki-moon disse que o tempo é de “tumulto, transição e transformação”.

Falando sobre a Síria, Ban deplorou a situação, que segundo ele, “piora a cada dia e ameaça uma calamidade regional com ramificações globais”.

Apoio

Segundo estimativas da ONU, mais de 18 mil pessoas já morreram desde o início dos conflitos contra o governo do presidente Bashar al-Assad, há um ano e meio.

Segundo Ban, a “comunidade internacional não deve olhar para o outro lado enquanto a violência foge do controle”. O Secretário-Geral pediu apoio total ao novo enviado especial da ONU e da Liga Árabe à Síria, Lakhdar Brahimi.

Em uma aparente referência à publicação de um vídeo anti-islâmico que gerou reações violentas em vários países, Ban Ki-moon notou que “um ato vergonhoso de grande insensibilidade levou à violência injustificável”.

Voz

Ban disse que “muitas pessoas estão tolerantes à intolerância” e ressaltou que a maioria moderada não deve ser uma maioria silenciosa”. Ele disse ainda que rejeita “ameaças de uma potencial ação militar de um Estado contra outro” e que ataques do tipo seriam “devastadores.”

Em seu discurso, Ban Ki-moon falou também sobre redução da pobreza, impactos da mudança climática e defendeu a criação de dois Estados, um palestino e outro israelense.

Ação Conjunta

Já o presidente da 67ª sessão da Assembleia Geral, o sérvio Vuk Jeremić, afirmou que o sistema internacional está cada vez mais volátil.

 Jeremić falou sobre a necessidade de se agir em conjunto, em um mundo onde os países estão cada vez mais expostos. Os debates de alto nível da Assembleia Geral seguem até 1 de outubro, tendo como tema a resolução de disputas internacionais por meios pacíficos.