Relator da ONU diz que Marrocos tem que fazer mais para erradicar tortura
Para Juan Méndez, situação melhorou, se comparada às décadas passadas, quando ocorriam muitos desaparecimentos, detenções secretas e tortura.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O Marrocos deve fazer mais para erradicar as práticas de tortura no país. A declaração é do relator especial das Nações Unidas sobre Tortura, Juan Méndez.
Em comunicado, divulgado nesta segunda-feira, Méndez afirmou que o país do norte da África está vivenciando o nascimento de uma cultura de direitos humanos, e que a situação está melhor do que o quadro de décadas atrás, quando havia prisões secretas, desaparecimentos e outras violações.
Missão
Mas segundo ele, ainda há relatos críveis de que prisioneiros no Marrocos estão sendo submetidos a pressões física e mental durante interrogatórios.
Méndez concedeu uma entrevista a jornalistas no fim de uma missão de oito dias ao Marrocos, que terminou no sábado.
O especialista em direitos humanos contou que enquanto em casos de crimes normais, existem relatos de tratamento cruel, a prática de tortura parece ser mais associada a eventos como grandes manifestações, ou percepções de ameaças à segurança nacional ou em atos de terrorismo.
Vítimas
O relator da ONU afirmou que muitos juízes marroquinos e os promotores acabam descartando queixas de tortura e não investigam alegações.
Ele disse reconhecer as dificuldade devido ao grande fluxo de migrantes sem documentos no Marrocos, principalmente no norte do país.
Juan Méndez que se reuniu com autoridades e com a sociedade civil disse que lamentou o fato de não se encontrar com todos que pediram audiência com ele, especialmente as vítimas de alegações de violações.