Crise na Europa faz migrantes equatorianos retornarem à casa
Estudo, conduzido pela Organização Internacional para Migrações, diz que exigência de visto em países europeus e desemprego em massa na Espanha foram maiores causas da mudança.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
Mais de quatro décadas após começaram a trocar o Equador pelo exterior, muitos migrantes estão retornando à casa.
A constatação é parte de um estudo realizado pela Organização Internacional para Migrações, OIM, publicado nesta terça-feira, em Quito capital do país.
Crise Financeira
De acordo com a pesquisa, “Perfil da Migração”, os últimos 10 anos registraram uma queda no número de equatorianos que deixam o país para trabalhar na Europa.
Entre as razões estão a exigência de visto e a crise financeira que levou ao desemprego em massa na Espanha, onde vivem muitos migrantes do Equador.
Segundo a OIM, os equatorianos começaram a deixar seu país de origem na década de 70 para viver no Canadá, nos Estados Unidos e na Venezuela.
Perfil
O perfil da migração só mudou nos anos 90, quando o destino preferido passou a ser Espanha e Itália.
Dados do Governo Espanhol indicam que, no ano passado, havia 480 mil equatorianos vivendo legalmente no país, mais de 100 vezes a quantidade de 1998.
Já nos Estados Unidos, a diáspora equatoriana mais que dobrou entre 2000 e 2010 chegando a 564 mil pessoas.
Remessas
A OIM informou que as remessas enviadas pelos equatorianos à casa continuam sendo uma fonte fundamental de sobrevivência das famílias.
Apesar de uma queda com a crise financeira, os equatorianos continuam mandando para os seus parentes o equivalente a R$ 5,5 bilhões todos os anos.
Mas o Equador, um país que não exige visto de entrada, também está se tornando destino para migrantes. Nos últimos 10 anos, 200 mil colombianos passaram a viver na nação vizinha fugindo da violência.