Comissão relata participação de milícias estrangeiras em confrontos na Síria
Peritos internacionais dizem ter lista com nomes de sírios suspeitos de participação em crimes de guerra; informe foi conduzido com base em depoimentos.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O presidente da Comissão de Inquérito sobre a Síria disse haver participação de milícias estrangeiras nos confrontos no país.
Num discurso feito esta segunda-feira, em Genebra, Paulo Sérgio Pinheiro, citou “graves violações dos direitos humanos” pelos dois lados do conflito.
Responsabilidade
Em entrevista à Rádio ONU, antes da apresentação do informe no Conselho de Direitos Humanos, embaixadora do Brasil em Genebra, Maria Nazareth Farani Azevêdo, realçou a responsabilidade internacional com vista ao fim do conflito.
“O Brasil enquanto membro do Conselho de Direitos Humanos votou a favor de resolução que condenava a violência na Síria. Agora, esse é um esforço que é da comunidade internacional como um todo. Então nós temos que buscar a receita para essa crise. E a receita só pode estar na sociedade síria, no diálogo, na consertação, na suspensão da violência, e na construção de um governo de conciliação.”
Menores
O relatório da Comissão de Inquérito indica o uso de crianças menores de 18 anos nos combates por parte de grupos de oposição. O informe foi conduzido com base em depoimentos de sírios, que fogem do país, pelo fato de ter sido recusada a entrada do grupo na Síria.
Reagindo ao relatório, embaixador da Síria no Conselho de Direitos Humanos disse que o documento não procede porque se baseou em depoimentos “sem fundamento.”
Lista
Faysal Khabbaz Hamoui defende que países vizinhos e o que ele chamou de “poderes estrangeiros” estão treinando e armando os grupos de oposição para prolongar o conflito.
O presidente da Comissão de Inquérito sobre a Síria afirmou ter uma lista com nomes de sírios suspeitos de participação em crimes de guerra.
*Apresentação: Eleutério Guevane.