Na ONU, Moçambique anuncia plano para pessoas com deficiência

Na ONU, Moçambique anuncia plano para pessoas com deficiência

Representante do país na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência fala de organismos sistematizados e desenvolvidos de defesa do cidadão com deficiência.

Camilo Malheiros Freire, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Terminou esta sexta, em Nova Iorque, a 5a Sessão da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

O assessor do Ministério da Mulher e de Ação Social de Moçambique, Isaú Meneses, participou da reunião e referiu-se aos avanços e obstáculos na luta para os direitos das pessoas com deficiência no seu país.

Avanços

O representante, que convive com deficiência visual, falou à Rádio ONU dos recentes avanços na área. Meneses mencionou, igualmente, o novo plano moçambicano de defesa do cidadão com deficiência.

“Em Moçambique já existem leis traduzidas em braile e brochuras, em especial contra o HIV/Sida) em braile também. A televisão nacional tem também apresentado noticiários com interpretação em língua de sinais.”

Histórico

Segundo Meneses, Moçambique tem uma preocupação histórica com o direito das pessoas com deficiência. Na vanguarda do continente, o país abriu na década de 60 uma escola para pessoas que convivem com dificiência auditiva, e outra para as visuais.

Na sua opinião, comparando com outras nações lusófonas de África, o país pode dispor de organismos sistematizados e desenvolvidos de defesa do cidadão com deficiência.

Censo

Segundo o censo nacional de 2007, o país - com uma população total de cerca de 20 milhões, dispõe de quase meio milhão de pessoas com deficiência.

Meneses ressaltou também que Mocambique está a tornar-se mais inclusivo ao facilitar o acesso das pessoas com deficiência à informação.

Integração

“A Constituição da república já escrita em braile, por exemplo. Temos ainda por fazer, e queremos levar a experiência desta 5a Conferência daqui para implementar algumas das iniciativas discutidas.”

Para o representante, é importante a implementação de quotas para o acesso de pessoas com deficiência, em instituições de administração publica.

O combate à pobreza e a independência económica das pessoas com deficiência são tidos, por Meneses, como cruciais na luta para a integração e defesa de seus direitos.

*Apresentação: Eleutério Guevane