Síria continua matando e mutilando crianças no conflito, diz representante
País árabe foi incluído em lista da ONU sobre o tema, como lembrou a nova representante especial do Secretário-Geral para Crianças e Conflitos Armados, Leila Zerrougui; segundo ela, há indícios de que a Síria está alvejando menores “deliberadamente.”
Camilo Malheiros Freire & Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*
As Nações Unidas afirmaram que a Síria continua matando e mutilando crianças no conflito. Segundo um relatório, divulgado nesta terça-feira em Genebra, o país árabe estaria alvejando menores, deliberadamente, nos combates que já duram 18 meses.
A informação foi dada pela nova representante do Secretário-Geral para Crianças e Conflitos Armados, Leila Zerrougui.
Execuções
Segundo ela, existem medidas que podem ser tomadas, e que a primeiro é a criminalização do uso de menores em conflito. A representante especial contou que as Forças Armadas da Síria foram postas na lista da ONU de países que matam e mutilam menores. Ela disse que recebeu relatos de que a milícia Shabiha estaria atacando as crianças. Além disso, há informações de recrutamento e de execuções de menores por forças da oposição.
Ao apresentar seu relatório sobre o tema de crianças em conflitos armados, Leila Zerrougui pediu a todos os países que implementem legislações proibindo o uso de crianças-soldado.
Precendente Legal
Ela afirmou que os veredictos do Tribunal Penal Internacional e da Corte Especial para a Sera Leoa contra o congolês Thomas Lubanga e o ex-presidente da Libéria Charles Taylor, sobre recrutamento de menores, abriu um precedente legal para fazer do uso de menores crime de guerra.
A representante especial disse ainda que muitas crianças acabam nas fileiras dos combates por perceber aí a “única oportunidade de sobreviver e ajudar as famílias.” Mas segundo ela, é preciso mostrar que o combate a pobreza pode criar alternativas como educação para as crianças e postos de trabalho para os jovens.
*Apresentação: Mônica Villela Grayley.