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Agência da ONU lança nova campanha contra tráfico de seres humanos BR

Agência da ONU lança nova campanha contra tráfico de seres humanos

Segundo Unodc, crime gera quase US$ 7 bilhões somente em duas das principais rotas da África para a Europa e da América do Sul para a América do Norte; maior parte desta quantia vem de migrantes latino-americanos que tentam entrar nos Estados Unidos.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, está lançando uma nova campanha global contra o tráfico de seres humanos.

O objetivo da agência é chamar a atenção para vários aspectos do crime, que gera, segundo o Unodc, o equivalente a mais de R$ 13 bilhões por ano.

Custo Social

A agência da ONU estima que a quantia é feita somente em duas das principais rotas do tráfico humano que vão do leste, norte e oeste da África para a Europa, e da América do Sul para a América do Norte.

A campanha inclui um vídeo, exibido nas principais estações de TV internacionais e na rede social YouTube, além de uma página de internet. O vídeo mostra o custo social e financeiro do tráfico de seres humanos.

Todos os anos, pelo menos 55 mil pessoas são levadas da África para a Europa numa transação ilegal de US$ 155 milhões. Os migrantes são, geralmente, traficados por redes organizadas de criminosos que prometem uma vida melhor no exterior.

América Latina

Muitas vítimas procuram os traficantes por causa da dificuldade de entrar em países desenvolvidos. A agência da ONU acredita que o tráfico ocorre porque é um negócio altamente rentável e com riscos pequenos de detenção.

O Unodc informou que 3 milhões de migrantes ilegais da América Latina entram nos Estados Unidos, todos os anos. O crime movimenta cerca de US$ 6,6 bilhões.

O tráfico de seres humanos, muitas vezes, acaba em morte para os migrantes, que perdem a vida no deserto, asfixiados em contêineres ou jogados em alto mar, quando os traficantes são descobertos pela polícia.

Entre 1996 e 2011, mais de 1,6 mil pessoas morreram tentando cruzar o deserto.

Somente em 2008, mil migrantes morreram na travessia pelo mar.