Países se reúnem para discutir combate à fome na América Latina e Caribe
Programas de transferência de renda, com o Bolsa Família, estão sendo realizados na maioria das nações da região, mas fome ainda persiste, e situação se agrava com a alta do preço dos alimentos, diz especialista.
Camilo Malheiros Freire, da Rádio ONU em Nova York.*
Termina nesta sexta-feira, na Cidade da Guatemala, o III Fórum da Frente Parlamentar contra a Fome da América Latina e Caribe.
Representantes dos governos e da sociedade civil de 19 países estão analisando estratégias de combate à fome no subcontinente.
Desnutrição
Para o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, na América Latina, Raúl Benítez, o encontro “é uma mostra do envolvimento crescente de parlamentares da região” com o tema.
Um dos organizadores do Fórum, o encarregado de políticas da América Latina e Caribe da FAO, Adoniram Sanches, falou à Rádio ONU, de Santiago do Chile, sobre iniciativas que já estão em andamento para reduzir o número de pessoas em extrema pobreza.
“Todos os países, de certa maneira hoje, usam estratégia de transferência condicionada, que é o Bolsa Família, que é entregar dinheiro na mão da mãe, de família que vai comprar 80% deste dinheiro em alimentos. Então, se a inflação vem, como por exemplo, com o milho, que agora disparou a um preço histórico absurdo, se eram dados US$ 100 para a compra de alimentos, terão de ser dados agora US$ 140 para a família comprar a mesma quantidade de alimentos, (e isso os governos não têm como fazer). E então os alimentos na prateleira ficam mais caros para mim, para você, para todos. E o pobre gasta 80% do seu salário na compra de alimentos.”
Compromisso
A Frente Parlamentar contra a Fome foi criada em 2009, e reúne legisladores em níveis regionais e nacionais. Dela fazem parte programas nacionais de 13 países incluindo o Brasil.
Esses grupos têm o apoio da ONU através da FAO, e o compromisso de todos os países participantes é com erradicar a desnutrição até 2025.
*Apresentação: Mônica Villela Grayley.