Comissária diz que execuções em Gâmbia são golpe para direitos humanos
Navi Pillay condenou o fuzilamento de nove prisioneiros, ocorrido no domingo; maioria do grupo era de militares acusados de “traição”.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, condenou a execução de nove prisioneiros em Gâmbia, no oeste da África.
Em nota, Pillay disse que as mortes são um “golpe infeliz na proteção dos direitos humanos no país.”
Transparência
A maioria dos nove condenados era de militares acusados de “traição”. Eles foram fuzilados no domingo, 27 anos após a última execução em Gâmbia.
A pena de morte foi reativada no país africano em 1995 depois de um golpe de Estado.
Em comunicado, a alta comissária da ONU afirmou que a “falta de informações e transparência sobre as execuções e as identidades dos presos é algo inaceitável, principalmente, para as famílias.”
Motivação
Navi Pillay disse ainda que “execuções secretas sem o conhecimento das famílas é um tratamento desumano.”
Ela criticou também a declaração do presidente gambiano, Yahya Jammeh, de que todas as sentenças de pena de morte seriam executadas até meados de setembro.
Para Pillay, a decisão é “extremamente preocupante, e levanta questões sérias sobre a motivação repentina”.
Ela pediu ao presidente e autoridades de Gâmbia que não levem adiante os planos de execução de outros prisioneiros no país.