Tribunal de Mianmar sentencia dois funcionários da ONU à prisão

Porta-voz Martin Nesirky disse que a organização não recebeu nenhuma notificação formal sobre o caso; os funcionários são acusados de participar em atos de violência sectária, que ocorreram em junho, no estado de Rakhine.<

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas disseram ter recebido relatos informais de que dois funcionários da organização teriam sido sentenciados à de prisão, em Mianmar, a antiga Birmânia.

O porta-voz do Secretário-Geral da ONU afirmou que a organização não tem, porém, nenhuma notificação formal sobre o caso. Martin Nesirky respondeu à pergunta de um jornalista durante o briefing diário, na sede da ONU.

Notificação Formal 

Segundo Nesirky, a equipe das Nações Unidas em Yangun, Mianmar, recebeu informação de que o tribunal de Maungdaw teria sentenciado três pessoas.

A primeira trabalha para o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, e a segunda para o Programa Mundial de Alimentos. Um  terceiro indivíduo é empregado de uma organização não-governamental, que seria parceira das Nações Unidas.

O porta-voz de Ban Ki-moon disse que a ONU não recebeu nenhuma notificação formal das autoridades birmanesas. Ele lembrou que os casos estariam ligados, aparentemente, com a violência no estado de Rakhine, em junho.

Imunidade

Segundo agências de notícias, pelo menos 80 pessoas morreram em confrontos entre budistas e muçulmanos no estado.

O porta-voz Martin Nesirky afirmou que o indiciamento formal tem que ser apresentado às Nações Unidas, antes de que as autoridades de Mianmar tomem alguma decisão.

Nesirky terminou a nota dizendo que funcionários das Nações Unidas que são presos, têm que ser tratados de acordo com convenções internacionais levando em conta o status deles, o que pode incluir imunidade.