ONU alerta para complexidade da crise humanitária na RD Congo
Cerca de 270 mil pessoas já abandonaram as suas casas no Kivu Norte; Organizações humanitárias receberam menos de metado do montante necessário para responder aos desafios humanitários.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque
A República Democrática do Congo carece de apoio internacional continuado para lidar com a crise humanitária tida como uma das mais complexas do mundo, disse a subsecretária-geral da Assistência Humanitária.
Valerie Amos falava, esta quarta-feira, na capital congolesa, Kinshasa, no segundo dia da sua visita ao país.
Insegurança
A representante manteve um encontro com o primeiro-ministro, Augustin Ponyo, com quem discutiu o agravamento da insegurança na província do Kivu Norte.
A região é assolada por confrontos entre as forças do governo e militares dissidentes do grupo conhecido por M23. Somente nas últimas semanas, cerca de 270 mil pessoas abandonaram as suas casas, refere a ONU.
Prioridades
As prioridades do Governo congolês para os esforços de auxílio foram igualmente discutidas no encontro, onde Amos realçou que a falta de financiamentos prejudica os esforços de apoio aos deslocados.
Organizações humanitárias receberam apenas US$ 341 milhões dos US$ 791 milhões necessários para responder aos desafios humanitários.
Esforços
Da capital congolesa, Amos seguiu para a província de Kivu Norte, que é a mais afetada pelo conflito, onde apontou que a insegurança e as estradas precárias prejudicam os esforços de auxílio.
As Nações Unidas estimam que mais de 2,2 milhões de pessoas foram deslocadas em todo o país, desde 2009, sendo 656 mil apenas do Kivu Norte.