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Militarização na Síria apontada por Annan como motivo para sua renúncia BR

Militarização na Síria apontada por Annan como motivo para sua renúncia

Enviado especial da ONU e da Liga Árabe ao país anunciou nesta quinta-feira que deixa o cargo; outra causa citada por ele é a falta de unidade entre os países-membros do Conselho de Segurança.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O enviado especial da ONU e da Liga Árabe à Síria explicou nesta quinta-feira, em Genebra, os motivos que o levaram a renunciar ao cargo.

Kofi Annan disse que há cinco meses, aceitou o que alguns chamaram de “missão impossível”, por acreditar que seria uma “função sagrada” fazer tudo ao seu alcance para ajudar o povo sírio.

Falta de Unidade

Falando a jornalistas, o ex-Secretário-Geral da ONU citou a crescente militarização na Síria como uma das causas para a sua saída.

Kofi Annan disse ainda que a “clara falta de unidade no Conselho de Segurança” mudou as circunstâncias para o exercício eficaz do seu papel na resolução do conflito.

Plano de Paz

O enviado especial lembrou que as mortes continuam, “principalmente pela intransigência do governo sírio e a recusa em implementar o plano de paz de seis pontos.”

Segundo Annan, a escalada da campanha militar por parte da oposição também contribui para a continuação do massacre. Ele destacou que enquanto “o povo sírio precisa desesperadamente de ação, dedos continuam sendo apontados no Conselho de Segurança.”

Pressão

Para Kofi Annan, sem uma séria pressão internacional, é impossível para ele, ou qualquer pessoa, obrigar o governo sírio e opositores a iniciarem um processo político.

Annan pediu ainda a compreensão de todos de que ele, enquanto enviado especial, não pode querer a paz mais que os protagonistas, o Conselho de Segurança e a comunidade internacional.

Ele agradeceu o apoio do Secretário-Geral Ban Ki-moon e do Secretário-Geral para a Liga Árabe, Nabil el-Araby. Kofi Annan fica no cargo até o fim do mandato, em 31 de agosto.