ONU saúda decisão de limpeza de contaminação petrolífera na Nigéria
Programa para o Meio Ambiente diz que populações da região de Ogoniland continuam a sofrer efeitos de cerca meio século de exploração petrolífera; agência discute implementação estudo científico sobre a poluição.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
As Nações Unidas saudaram a decisão do Governo nigeriano de limpar a área contaminada por petróleo na região de Ogoniland, no Delta do Níger.
O Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, anunciou que decorrem conversações com autoridades, em torno da implementação das recomendações de um estudo científico sobre a poluição, feito há um ano.
Impacto
A avaliação científica, realizada por investigadores independentes na região nigeriana, salientou o impacto da poluição sobre a saúde pública e o meio ambiente.
O Pnuma, indica haver sinais claros e encorajadores do interesse governamental em agir em torno das recomendações. A agência considera a medida bem-vinda “para as pessoas e o meio ambiente da região que sofreram, e continuam a sofrer efeitos de cerca de 50 anos de exploração de petróleo e produção insustentável.”
Oleodutos
O estudo levado a cabo em 14 meses, constatou que a poluição era maior e mais profunda do que se pensava. Foram investigados mais de 200 locais, analisados 122 quilómetros de oleodutos e 4 mil amostras de solo e de água.
As pesquisas envolveram igualmente mais de 5 mil fichas médicas e encontros com mais de 23 mil membros de comunidades locais.
Povo Ogoni
Ao governo, foi recomendada ação rápida para conter o alastramento da zona poluída e que se evitasse que esta agravasse a situação do povo Ogoni. A proposta foi de um investimento de US$ 1 mil milhões para cobrir os primeiros cinco anos de operações de limpeza.
De acordo com o estudo, apesar de alguns resultados poderem ter efeitos imediatos, uma recuperação totalmente sustentável de Ogoniland poderia levar entre 25 a 30 anos, se apoiada por financiamentos de longo prazo.