Ban Ki-moon desapontado com falta de acordo sobre comércio de armas
Após quatro semanas de reunião, Conferência sobre o Tratado do Comércio de Armas termina sem consenso; documento iria regulamentar transferência de armamentos em nível internacional.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O Secretário-Geral expressou estar “desapontado com o fracasso” dos países membros da ONU em regulamentar o comércio internacional de armas convencionais.
Ban Ki-moon, classificou como um “revés” a Conferência sobre o Tratato do Comércio de Armas concluir os trabalhos sem acordo.
Consenso
Foram quatro semanas de reunião, que terminou na sexta-feira. Os 193 Estados-membros das Nações Unidas precisariam chegar a um consenso sobre a movimentação de armas entre países.
Em Nova York, o especialista-sênior para assuntos sobre desarmamento, António Évora, explicou à Rádio ONU as dificuldades para a assinatura do tratado.
“As regras de procedimento da Conferência determinam que o texto do Tratado teria que ser adotado por consenso. Seria necessário, basicamente, que todos os Estados, todas as delegações, estivessem de acordo com o texto ou que pelo menos não houvesse objeção ao texto. Um dos aspectos fundamentais desse tratado seria que os Estados concordassem em adotar certos critérios que os guiassem na avaliação dos pedidos de exportação de armas, sobre transferências de armas.”
Custo Humano
De acordo com relatos da mídia, alguns países indicaram que precisavam de mais tempo para considerar o acordo. Para Ban Ki-moon, “um tratado forte poderia liberar o mundo do terrível custo humano” causado por uma fraca regulamentação sobre armas.
As Nações Unidas lembram que conflitos deixam milhões de pessoas deslocadas todos os anos. Em muitos casos, a violência é alimentada pelo uso indevido de armamentos.