Em meio a conflito, Unesco pede proteção de bens culturais da Síria
Cidade antiga de Alepo, que está agora sob fogo cruzado, é Patrimônio Mundial da agência da ONU desde 1986.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, pediu a todas as partes envolvidas no conflito da Síria que resguardem a antiga cidade de Alepo.
O local, que é Patrimônio Mundial da Unesco, está sob fogo cruzado entre tropas do governo e opositores do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Milênios
Em nota, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, disse que todas as partes têm que respeitar a cidade, que detém um valor cultural universal ao lado mais de 960 sítios designados pela agência.
Alepo se situa nas rotas históricas de comércio que ligam o Oriente ao Ocidente. Vários povos habitaram a região em milênios, como os romanos, os mamelucos, otomanos, mongois, assírios e gregos.
A Unesco está preocupada com o risco de saques na cidade. A agência já alertou a Interpol e aos países vizinhos da Síria sobre a possibilidade de tráfico e contrabando de objetos culturais de Alepo.
Tratados
Bokova também contatou o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, e o enviado especial da organização e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, para ressaltar a importância da proteção de tratados internacionais sobre propriedade cultural.
Fontes não-governamentais revelam que até 15 mil pessoas podem ter morrido no conflito sírio desde março do ano passado.