Hissene Habre deve ser julgado “sem demoras” no Senegal, diz tribunal
Decisão foi tomada esta sexta-feira, em Haia, pelo Tribunal Internacional de Justiça; antigo presidente chadiano nega acusações de cumplicidade na morte de vários opositores e tortura de outras dezenas de milhares.
[caption id="attachment_207803" align="alignleft" width="350" caption="Sede do Tribunal Internacional de Justiça"]
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Tribunal Internacional de Justiça decidiu, esta sexta-feira, que o Senegal deve iniciar o processo para julgar o antigo líder chadiano Hissene Habre.
Uma nota da instituição, sedeada em Haia, refere que a medida deve ser cumprida “sem demoras” e, caso não ocorra, este deverá ser extraditado para julgamento na Bélgica.
Prisão
Habre é acusado de cumplicidade na morte de opositores e na tortura de outros dezenas de milhares desde que tomou o poder através de um golpe de Estado, em 1982, até quando foi deposto em 1990. Ele nega as acusações.
Após o seu derrube, o antigo líder, de 69 anos, fugiu para o Senegal, onde esteve sob prisão domiciliária desde 2005.
Processo
No mesmo ano, Habre foi acusado pela Bélgica por crimes contra a humanidade e tortura, num processo seguido por anos de disputa com o Senegal.
No ano passado, o líder senegalês, Abdoulaye Wade, anunciou que iria repatriar Habre para o Chade, onde um tribunal o havia condenado à morte, à revelia, por alegadamente ter planeado o derrube do governo em 2008.