Após declaração de zonas de fome no país do Corno de África, FAO celebra impacto de iniciativas que incluem novas áreas de irrigação e o projeto da troca de dinheiro pelo trabalho.
[caption id="attachment_210034" align="alignleft" width="350" caption="Somália: ajuda internacional deve continuar "]
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A visão de investir na resistência das populações fica como lição da crise fome na Somália, indica a Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO.
Há um ano, a agência declarou várias partes do sul como zonas de fome, por terem chegado ao nível mais grave da crise alimentar. O cenário da região, tida como a mais grave, envolvia mais de 2,8 milhões famintos e milhares de mortes.
Programas
Falando à Rádio ONU, de Roma, a chefe das Operações de Emergência da FAO para África e Américas, Cristina Amaral, referiu-se a iniciativas como àreas de irrigação e o projeto da troca de dinheiro pelo trabalho, que actualmente beneficia 3,4 milhões de somalis.
“Esta visão de investir sobre a resiliência e pensar que, ao responder a uma crise devemos tentar deixar atrás qualquer coisa melhor do que se encontrava antes e, através da resposta à crise, aproveitar como isso um momento de transformação para que as pessoas de adaptem e possam estar mais preparadas para responder no futuro”.
Vítimas
Quando a fome foi declarada, o país tinha cerca de 3,7 milhões de vítimas das quais mais de seis em cada dez careciam de assistência humanitária urgente.
Apesar de o país estar a caminho da recuperação, a FAO alerta que é crucial que a ajuda internacional continue a chegar, para que seja salvaguardada a segurança alimentar.
Impacto
Cristina Amaral abordou o exemplo do impacto das intervenções contra a fome na Somália em crises como a da região africana do Sahel.
“A crise já é o suficiente para se começar a responder para evitar que a situação deteriore. No Sahel estamos também a trabalhar muito com a pequena irrigação com as culturas nas zonas dos oásis, também apoiando o setor pecuário, porque em todas estas zonas, são zonas de transumâncias, existe uma cultura de nomadismo e às vezes não há sempre o melhor acesso aos serviços veterinários. Investir também em culturas que têm maior resistência à seca.”
Na Somália, a última previsão da FAO indica a ocorrência de chuvas reduzidas ou abaixo da média em 2012, o que terá impacto sobre os mais pobres.
Espera-se que diminuam as colheitas de sorgo em várias àreas do sul, incluindo a região da Baía, que é responsável por quase dois terços da produção do cereal em todo o país.