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Gafanhotos do deserto podem consumir alimentos de 2,5 mil pessoas por dia

Gafanhotos do deserto podem consumir alimentos de 2,5 mil pessoas por dia

FAO anuncia chegada de novos enxames no norte do Mali e do Níger; agência lançou apelo de financiamentos em torno de US$ 10 milhões para expandir a capacidade de resposta dos países da região do Sahel.

[caption id="attachment_219923" align="alignleft" width="350" caption="Gafanhoto do deserto"]

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, alertou para a crescente ameaça do gafanhoto do deserto quando se regista a chegada de enxames no norte do Mali e do Níger.

Em comunicado, a agência indica que a recente queda de chuvas nas duas regiões deve fazer surgir uma nova geração de insectos até finais de Setembro.

Previsão

Falando à Rádio ONU, de Genebra, oficial da FAO para a Previsão de Pragas de Gafanhotos, Keith Creissman, referiu que milhares de pessoas podem ser afetadas pela ação dos insetos.

De acordo com o representante, milhares de milhões de gafanhotos compõem uma nuvem, e estes  podem comer a mesma quantidade diária de alimentos que cerca de 2,5 mil pessoas. Creissman lembrou que um grande número de enxames em torno de um determinado país, pode afetar tanto à produção agrícola como a segurança alimentar.

Enxames

A FAO indica que um enxame de gafanhotos do deserto pode ser denso e altamente móvel - variando de menos de um para várias centenas de quilómetros quadrados.

Cada quilómetro quadrado pode ter entre 40 milhões a 80 milhões de gafanhotos adultos a movimentar-se entre cinco a 130 quilómetros por dia.

Líbia e Argélia

Em Janeiro, foram reportadas populações de gafanhotos no sudoeste da Líbia e da Argélia. Nos fins de Março, a FAO advertiu que os enxames poderiam chegar ao Níger e ao Mali em Junho.

O conflito opondo forças do governo, rebeldes e milícias aliadas no norte do Mali  ditou o adiamento das operações de combate à praga.

A agência lançou um apelo de financiamentos em torno de US$ 10 milhões para expandir a capacidade de resposta dos países à grande escala, incluindo a compra de veículos, de aparelhos de comunicação e de pesticidas.