Insegurança na RD do Congo já deslocou 220 mil pessoas
Número oficial de refugiados aumenta, segundo porta-voz da ONU; Fundo Central de Emergência da ONU liberou verbas para esforços humanitários na região.
Camilo Malheiros Freire, da Rádio ONU em Nova Iorque. *
Cerca de 220 mil civis já foram deslocados na República Democrática do Congo, segundo o Escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária, Ocha.
Em entrevista, nesta quinta-feira em Genebra, o porta-voz do Escritório, Jens Laerke, disse que a rápida deterioração da segurança na região é resultado da atividade do grupo armado M23.
Os integrantes são antigos soldados que se amotinaram em Abril, e estão sob liderança do general Bosco Ntaganga. O oficial é procurado pelo Tribunal Penal Internacional, por crimes contra a humanidade e uso de crianças como soldados.
Refugiados
Segundo Laerke, a maioria dos deslocados continua dentro do país, mas um número importante atravessou a fronteira com o Uganda. O governo ugandês fez apelo à comunidade internacional, para poder lidar com a crise na sua fronteira.
O Fundo Central de Emergência da ONU libertou verbas para ajudar com esforços humanitários na região. O porta-voz acrescentou que os funcionários humanitários têm encontrado dificuldade de acesso aos deslocados devido à insegurança.
Apoio Humanitário
Laerke fez um apelo a todos os lados do conflito para que não ataquem trabalhadores humanitários, que ajudam os deslocados, e considerou urgente que estes recebam assistência o mais rápido possível.
Nesta quarta-feira, Secretário-Geral da ONU, apelou aos presidentes ruandês Paul Kagame e o seu homólogo congolês Joseph Kabila a abordarem a situação humanitária e a deterioração da segurança.
Ban Ki-moon manifestou “grande preocupação” com relatos de que o M23 estaria a receber apoio externo.
*Apresentação: Eleutério Guevane.