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Lançada advertência para possível impacto do racismo nas olimpíadas

Lançada advertência para possível impacto do racismo nas olimpíadas

Em discurso, em Genebra, relator da ONU sobre o tema cita incidentes ocorridos nos jogos do Campeonato Europeu de Futebol 2012; perito pede que não sejam tolerados cânticos racistas contra pessoas de origem africana.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O relator da ONU sobre o Racismo, Mutuma Rutere, considerou que o fenómeno é um grande problema no desporto e pode manchar os Jogos Olímpicos deste ano, caso não seja resolvido urgentemente.

Num informe apresentado, esta terça-feira, ao Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra, Rutere citou recentes incidentes ocorridos nos jogos do Campeonato Europeu de Futebol 2012, na Ucrânia e na Polónia.

Cenas de Violência

Rutere alertou para o que chamou “cenas de violência e de racismo”, como indicadores de que mais deve ser feito para vencer as tendências de discriminação verificadas na área.

De acordo com o relator, a presença de grupos extremistas, incluindo os neonazistas e cabeças-rapadas , em eventos desportivos levanta graves preocupações. O especialista acrescentou que símbolos neonazistas, slogans e cartazes exibidos durante as partidas de futebol, além de cânticos racistas dirigidos a jogadores ou simpatizantes de origem africana não devem ser tolerados.

Internet

O pronunciamento salienta que a educação em geral a orientada  para os direitos humanos, em particular, continua a ser uma “ferramenta essencial na luta contra a influência dessas ideologias entre os jovens.”

Um apelo foi lançado aos governos com vista à intensificação da luta contra o racismo no desporto, para que a prática reforce a promoção da diversidade cultural, particularmente à luz das próximas Olimpíadas.

Medidas

Para o evento, a decorrer a partir do fim deste mês em Londres, Rutere considerou essencial que novas medidas preventivas sejam tomadas para evitar incidentes racistas cheguem a todas partes do mundo.

O relator referiu que a internet tornou-se vital no exercício da liberdade de expressão, mas também “uma nova arena para a propagação de ideias racistas, a difusão das suas ideologias e incitamento ao ódio racial.”

O discurso pede ainda a atenção dos Estados para os primeiros sinais de racismo, acrescentando que se o fenómeno não for tratado como tal “pode levar a conflitos e a graves violações dos direitos humanos.”