Richard Falk afirmou que há mais de 300 pessoas respondendo a processos que ele chamou de irregulares.
Daniela Kresch, da Rádio ONU, em Tel Aviv.
O crescente uso, por Israel, de prisões administrativas de palestinos suspeitos de crimes foi criticado, nesta segunda-feira, pelo relator Especial das Nações Unidas para a situação dos direitos humanos nos territórios palestinos, Richard Falk.
Em relatório divulgado, nesta segunda-feira, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, Falk revelou que, atualmente, há mais 309 palestinos respondendo a processos jurídicos irregulares, muitos deles sem ligação comprovada com atividades violentas.
Interrogatórios
Segundo o relator da ONU, as pessoas são detidas de maneira violenta e sujeitos a pesados interrogatórios.
Esses presos também não gozam de direitos de visitação normais nem conseguem receber informações sobre os motivos da detenção.
O relatório também informa que os prisioneiros estão utilizando cada vez mais de métodos não-violentos para protestar contra as detenções, principalmente greves de fome.
Para Falk, a adoção da não-violência é algo importante, mas que não tem recebido a atenção devida do Ocidente.
Outros Assuntos
Richard Falk também listou dois outros assuntos que considera preocupantes: os assassinatos seletivos de líderes de grupos islâmicos na Faixa de Gaza e o aumento da violência de colonos israelenses contra palestinos na Cisjordânia.
O relator pediu ao Conselho de Direitos Humanos que adote uma resolução censurando Israel por essas violações e que, especificamente, encomente um estudo sobre o uso de detenções administrativas pelo país.
Israel não reagiu ao relatório, até porque não colabora com a Comissão de Direitos Humanos da ONU desde março. Mas o país alega que as detenções administrativas são um instrumento importante contra o terrorismo palestino.