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Malnutrição infantil deve agravar em Angola, alerta Unicef

Malnutrição infantil deve agravar em Angola, alerta Unicef

Mais de 5 milhões adicionais foram destinados para dar resposta à seca e à insegurança alimentar; ONU diz que problema da nutrição torna as crianças suscetíveis a enfermidades como a malária, o sarampo e a cólera. 

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, alertou esta segunda-feira que Angola deve estar preparada para enfrentar um dos piores cenários da malnutrição infantil.

O anúncio segue-se à atribuição, pelo  Fundo Central de Resposta de Emergência da ONU, Cerf, de mais de 5 milhões para que agências das Nações Unidas no país apoiem a resposta à seca e à insegurança alimentar.

Prevenir e Curar

Falando à Rádio ONU, de Luanda, o representante do Unicef no em Angola, Koen Vanormelingen, revelou, esta segunda-feira, os planos de aplicação dos US$ 3,3 milhões destinados à agência.

“A situação atual deve-se à seca que afeta maior parte da região e o pior está ainda por vir porque, neste momento, o cacimbo começou a 15 de Maio. Então, devemos estar preparados para prevenir e curar a malnutrição que tem o seu pior momento ao redor do fim, no por volta de setembro a Dezembro”, explicou.

Malnutrição

Estima-se que 533 mil crianças menores de cinco anos estejam afetadas pela malnutrição. Um estudo preliminar, realizado em Abril e Março, indica que destas, cerca de 105 mil sofrem de malnutrição severa.

Vanormelingen indicou que a prioridade será a aplicação dos fundos na formação de técnicos para trabalharem as zonas rurais afetadas.

“A seca está a causar um mau momento de malnutrição e nós temos de fazer tudo para salvar a vida das crianças, que neste momento, estão a morrer devido ao problema”, frisou.

Governo

As ações serão coordenadas pelo governo e complementadas pela Organização Mundial da Saúde e a Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, que também receberam parte do montante do Cerf.

O valor entregue pelo Fundo da ONU para Resposta de Emergência deve ser aplicado em intervenções nas províncias de Bié, Huambo e Kwanza-sul as mais afetadas pela seca. 

O Escritório da ONU para Assistência Humanitária, Ocha, reconhece que o país regista uma redução da pobreza e as melhorias na saúde materna, mas continua a apresentar uma das maiores taxas de mortalidade do mundo.

De acordo com o escritório, o problema da nutrição torna as crianças suscetíveis a enfermidades como a malária, o sarampo e a cólera.