Perspectiva Global Reportagens Humanas

Centenas de mortos em atos de violência comunitária no Sudão do Sul

Centenas de mortos em atos de violência comunitária no Sudão do Sul

Missão da ONU no Sudão do Sul relata crimes e violações dos direitos humanos incluindo rapto de crianças e mulheres, deslocamentos e destruição de casas entre Dezembro de 2011 a Fevereiro deste ano.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Missão da ONU no Sudão do Sul, Unmiss, registou cerca de 900 mortes como resultado da violência intercomunitária no estado de Jonglei, entre finais de Dezembro e princípio de Fevereiro deste ano.

Os dados constam de um relatório divulgado esta segunda-feira na capital sul-sudanesa, Juba. O estudo foi realizado com o auxílio do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.

Ataques

De acordo com o documento,  ataques aos assentamentos Murle fizeram 612 baixas, enquanto 276 mortes foram registadas após invasões às comunidades Nuer e Dinka.

Em 45 páginas, o estudo intitulado “Incidentes de Violência entre Comunidades em Estado de Jonglei”, relata crimes e violações dos direitos humanos, ocorridos durante os ataques e avança nove recomendações para que sejam evitados futuros surtos de violência.

Processo de Paz

A representante especial do Secretário-Geral para Sudão do Sul considerou importante “entender o que aconteceu e assegurar que os autores sejam responsabilizados”. Hilde Johnson realçou que a ação deve fazer parte de um processo de paz global no estado sul-sudanês.

O estudo cita casos de rapto de crianças e mulheres, o deslocamento de dezenas de milhares além da destruição de casas.

Nas recomendações é considerada urgente a ativação do Comité governamental  de Investigação sobre a Crise do Estado de Jonglei. A Unmiss  insta ainda as autoridades a desenvolverem um plano para conter a violência e “estabelecer um ambiente mais seguro para os moradores locais, demonstrando benefícios da presença reforçada do governo.”