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Na Rio+20, Guterres fala de união para ultrapassar lacunas de proteção

Na Rio+20, Guterres fala de união para ultrapassar lacunas de proteção

Alto comissário da ONU para Refugiados quer maior atenção a indivíduos que “não cabem na definição de refugiado”; representante apresentou estudo com casos da Eritreia, Somália e Sudão.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O alto comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, disse esperar que haja união internacional, após a Rio+20, para lidar com as lacunas para atender indivíduos que não “cabem na definição de refugiado.”

Durante a conferência, Guterres referiu-se a problemas surgidos da interação entre a urbanização e tendências, como o aumento populacional, escassez de água, insegurança alimentar e mudanças climáticas.

Conferência

Em exclusivo, Guterres falou à Rádio ONU, no Rio de Janeiro, no fim da Conferência sobre o Desenvolvimento Sustentável.

“Em relação às questões que nos preocupam mais diretamente, e que têm a ver com o impacto do conjunto de novos fatores, nomeadamente as alterações climáticas em relação ao deslocamento forçado das pessoas, seja possível à comunidade internacional unir os seus esforços no sentido das lacunas de proteção. Elas ainda existem em relação a aqueles que são forcados a mover-se, e não cabem na definição estrita de refugiado, porque não são vítimas de conflito ou de perseguição, mas de um conjunto de circunstancias que interagem entre si, nomeadamente as alterações climáticas, aumento da população, questões de insegurança alimentar, de escassez de água, etc.

Colaboração

Guterres disse confiar na possibilidade de uma colaboração internacional efetiva para garantir uma proteção das pessoas do grupo.Durante a conferência, o alto comissário apresentou o estudo "Mudanças Climáticas, Vulnerabilidade e Mobilidade Humana".

De acordo com a pesquisa, as alterações climáticas podem desempenhar um papel na movimentação de pessoas em áreas de conflito e, potencialmente, além-fronteiras.

A maioria dos 150 entrevistados no relatório académico, produzido com o apoio da britânica London School of Economics e a alemã Universidade de Bona, foram agricultores e pastores da Eritreia, Somália e Sudão Oriental.