Aumento da violência em Mianmar ameaça país, diz relator
Especialista independente da ONU para os direitos humanos na nação asiática alerta sobre escadala das tensões; segundo agências de notícias, mais de 20 pessoas morreram em confrontos entre grupos religiosos.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*
O relator especial da ONU sobre a Situação dos Direitos Humanos em Mianmar advertiu, nesta quarta-feira, que a escalada da violência no estado de Rakhine “ameaça seriamente” o futuro do país.
Tomás Ojea Quintana considera que as tensões resultantes da discriminação contra minorias étnicas e religiosas representam uma ameaça à transição democrática e à estabilidade.
Nos últimos dias, confrontos entre comunidades budistas e muçulmanas resultaram em mortes e deslocamentos na província situada à oeste de Mianmar. No domingo, o governo havia declarado estado de emergência na região.
Violência
De acordo com agências de notícias, mais de 20 pessoas morreram e 40 ficaram feridas nos ataques. Quintana pediu às partes que exerçam contenção, respeitem a lei e se abstenham da violência.
O especialista fez um apelo às autoridades para que sejam abordadas as preocupações das partes em conflito, como parte dos esforços para o avanço das questões de direitos humanos no país.
Medidas
Para Tomás Ojea Quintana, é fundamental que o governo intensifique as medidas para aliviar as tensões e restabelecer a segurança.
O perito independente disse que é “notória a discriminação contra a comunidade muçulmana, particularmente os rohingyas, no norte do estado de Rakhine.”
Quinta também ressaltou a necessidade de as autoridades de Mianmar tomarem medidas significativas para resolver várias questões, incluindo a da privação de cidadania, da liberdade de movimento e de outros direitos básicos.
*Apresentação: Leda Letra.