ONU recebe relatos de canibalismo no conflito da RD Congo
Alta comissária da ONU dos Direitos Humanos diz-se alarmada com o aumento significativo das operações de grupos armados no leste.
[caption id="attachment_216585" align="alignleft" width="350" caption="Navi Pillay"]
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A alta comissária da ONU dos Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu ação do governo da República Democrática do Congo, RD Congo, para conter a violência e garantir segurança das vítimas de atrocidades.
Em nota, Pillay diz-se alarmada com o aumento significativo das operações de grupos armados no leste do país.
Responsabilidade
A responsabilidade pelos atos de violência é atribuída a grupos de milícias Mai Mai, às Forças Democráticas de Libertação do Ruanda, Fdlr, e a desertores das Forças Armadas congolesas.
O comunicado aponta que cada grupo reclama que a violência é cometida pelo outro. Testemunhos colhidos no local apontam para vítimas mortas com machados, martelos, setas e armas.
Canibalismo
Os relatos dados a investigadores de direitos humanos citam ainda alegações de canibalismo e mutilação de cadáveres por homens armados.
Pillay disse que a violência, que carece de uma resposta eficaz do Estado, pode exacerbar os ataques e multiplicar conflitos étnicos “num ciclo de represálias contra civis.”
Mandato
A alta comissária realçou a importância da Força de Estabilização da ONU na RD Congo, Monusco, e pediu que esta tenha um mandato mais forte com vista a uma presença em todo o pais, particularmente no leste, tendo a proteção dos civis como prioridade.
A ONU indica que pelo menos 100 mil pessoas foram deslocadas pela recente onda de violência na província do Kivu Norte.