Navi Pillay disse que as mortes de 108 pessoas no vilarejo de Houla podem ser consideradas crimes internacionais; segundo relatos recebidos pela ONU, a maioria das vítimas foi “executada dentro de casa”.
[caption id="attachment_209768" align="alignleft" width="350" caption="Rupert Colville, porta-voz de Navi Pillay"]
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU pediu a abertura de um inquérito sobre o massacre de 108 civis no vilarejo de Houla, na Síria.
A alta comissária, Navi Pillay, quer que o Conselho de Segurança encaminhe o caso ao Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, na Holanda.
‘Paramilitares’
Em entrevista a jornalistas, nesta terça-feira, em Genebra, o porta-voz do Alto Comissariado, Rupert Colville, contou que o órgão recebeu relatos de testemunhas sobre as mortes, ocorridas na madrugada de 26 de maio.
Colville disse que, segundo sobreviventes, a maioria das vítimas foi executada. Os moradores disseram que os crimes teriam sido praticados por paramilitares do grupo Shabiha.
O porta-voz informou que a alta comissária, Navi Pillay acredita que o massacre poder ser classificado de crime internacional.
Democracia
Pillay pediu o acesso imediato de observadores de direitos humanos ao local dos ataques. De acordo com agências de notícias, a maioria das vítimas são mulheres e crianças que foram mortas dentro de casa.
O enviado especial da ONU e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, está em Damasco para conversações com o presidente do país, Bashar al-Assad.
A violência política na Síria, que já matou mais de 9 mil pessoas, começou em março de 2011, quando manifestantes saíram às ruas para pedir democracia.