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Guiné-Bissau defende que se repense suspensão de países após golpes de Estado

Guiné-Bissau defende que se repense suspensão de países após golpes de Estado

Em entrevista à Rádio ONU, ministro guineense dos Negócios Estrangeiros pediu oportunidade de expressão da posição de governos legítimos em organizações internacionais; país sofreu um golpe de Estado a 12 de Abril.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Mamadou Djaló Pires, abordou a questão da suspensão do país de organizações internacionais, após o golpe de Estado de 12 de Abril.

Após a ação, levada a cabo por uma junta militar, o país foi suspenso da União Africana, da Organização Internacional da Francofonia e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Cedeao.

Diálogo

Djaló Pires foi entrevistado pela Rádio ONU, esta terça-feira, em Nova Iorque, após participar em reuniões do Conselho de Segurança e no diálogo interativo internacional sobre a situação do país, na sede da ONU.

“A rigidez dos estatutos e, provavelmente, de outros instrumentos ou protocolos, deve ser repensada. Senão, vai se penalizar o governo legítimo numa situação em que este não é responsável pelo golpe de Estado ocorrido no seu país”, realçou.

Detidos

O ministro confirmou a presença na capital marfinense, Abidjan, do primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, e do presidente interino, Raimundo Pereira, detidos após o golpe.

Mas Djaló Pires referiu-se ao que considerou limitações aos governos legítimos após golpes.

"Na União Africana houve reuniões em que poderíamos defender a posição do governo legítimo, mas não fomos permitidos. Nas três últimas reuniões de Abidjan, a mini-cimeira de Dacar e reunião de grupo de contacto em Banjul, o governo legítimo não teve acesso a essas reuniões. As portas do Conselho e Segurança das Nações Unidas continuaram abertas para o governo legítimo da Guiné-Bissau, onde pudemos defender a posição da Guiné-Bissau, o que foi muito útil.”

O Conselho de Segurança emitiu uma declaração exigindo a restauração imediata da ordem constitucional no país africano de língua portuguesa, há duas semanas.