Perspectiva Global Reportagens Humanas

Mais de 100 mil migrantes congoleses expulsos de Angola, diz relatório

Mais de 100 mil migrantes congoleses expulsos de Angola, diz relatório

Dados do Escritório da ONU para a Ajuda Humanitária refere-se ao ano passado;  desde 2003, mais de 400 mil migrantes ilegais foram obrigados a deixar o país.

[caption id="attachment_207487" align="alignleft" width="350" caption="Margot Wallström"]

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Mais de 100 mil refugiados congoleses foram expulsos de Angola, no ano passado, indica o Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha.

Em novo relatório, divulgado esta segunda-feira, o escritório refere relatos de alegaçõs de que os migrantes teriam sido vítimas de violência e outros abusos.

Fundo Humanitário

Em 2011, a ONU, concedeu US$ 2,8 milhões ao fundo humanitário para a República Democrática do Congo, RD Congo.  Por outro lado, agências da ONU, incluindo a Organização Mundial da Saúde e o Fundo das Nações Unidas para a População, também reforçaram a qualidade dos serviços de saúde para os migrantes congoloses.

Minas de Diamante

Segundo o relatório, desde 2003, Angola teria expulsado mais de 400 mil migrantes ilegais, na sua maioria de nacionalidade congolesa. Grande parte destes é composta por indivíduos sem documentos que trabalham em minas de diamante das regiões fronteiriças.

A chefe do Gabinete do Ocha na RD Congo, Barbara Shenstone, disse que o que realmente diz respeito à comunidade humanitária “não é a expulsão dos migrantes, mas a forma como o processo ocorre.”

Apoios

Ela apontou que agências da ONU fazem tudo ao seu alcance para apoiar os recém-chegados mas considerou importante que as expulsões sejam realizadas “de forma organizada, segura e digna.”

Em Fevereiro, a representante especial da ONU sobre a Violência Sexual em Conflitos, Margot Wallström, publicou um relatório sobre o tema no país, referindo que, dos expulsos, 3,768 congoleses sofreram vários abusos.

Após tais episódios, as vítimas teriam sido forçadas a caminhar vários dias até a fronteira desidratadas, desnutridas e cansadas.