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Países de língua portuguesa devem apostar na antecipação económica

Países de língua portuguesa devem apostar na antecipação económica

Recém-nomeado secretário executivo da Uneca falava à Rádio ONU sobre desafios perante o cenário económico global; Carlos Lopes, que será também secretário-geral adjunto da ONU, deve tomar posse no próximo semestre.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O recém-nomeado secretário executivo da Comissão Económica da ONU para África, Uneca, defendeu a necessidade de antecipação dos países africanos de língua portuguesa perante os desafios económicos globais.

De nacionalidade guineense, Carlos Lopes, que passará também a assumir funções de secretário-geral adjunto da ONU, deve tomar posse no segundo semestre deste ano.

Países Lusófonos

Em entrevista à Rádio ONU, nesta quarta-feira, Carlos Lopes destacou o que considerou bom desempenho dos países lusófonos de África em tempos de crise económica, mas alertou para desafios perante o cenário económico global.

“De uma maneira geral, pode-se dizer que os países lusófonos estão a portar-se bem do ponto de vista econômico. Porque há problemas de distribuição, de desigualdade, há problemas nas áreas sociais que precisam de consolidação, como educação e saúde. De uma maneira geral, o que me preocupa – e não é específico aos lusófonos -  é de que uma boa gestão econômica implica grande capacidade estratégica e poder de antecipação. E nesse quesito, todos tem trabalho de casa a fazer.”

Colaboradores

O futuro detentor do mais alto cargo da ONU em África, que é atualmente o diretor do Instituto da ONU para formação e Pesquisa, Unitar, falou também do possível contributo dos países lusófonos.

“É importante ter em conta que esses países têm uma história muito específica, que contribui de uma forma positiva para a maturação do continente. Temos uma diversidade importante desses países. O facto de estarem em sub-regiões, acho que é um aspecto positivo. O facto de manterem essa solidariedade entre eles e terem um relacionamento especial, muito ajuda para que eles possam ser engrandecidos nas suas intervenções internacionais.”

A Comissão é uma das cinco regionais de todo o mundo com o mandato de promover o desenvolvimento económico e social dos estados-membros, e integra cerca de 300 economistas e 800 colaboradores.

O objectivos principais são impulsionar a integração regional e promover a cooperação para o desenvolvimento de África.