Ocha ajuda a reintegração social de crianças-soldado na RD Congo
Plano de Ação, liderado pela agência, espera financiamento para operações de reintegração de crianças desmobilizadas de grupos armados, menores sem família e vítimas de abusos sexuais ou de género.
[caption id="attachment_213426" align="alignleft" width="350" caption="Monusco, Unicef e Cruz Vermelha envolvidas no trabalho"]
Susete Sampaio, da Rádio ONU em Lyon.
Em comunicado, emitido nesta segunda-feira, o Escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária, Ocha, sublinhou a necessidade de reintegração das crianças-soldado na sociedade congolesa.
Um trabalho que é feito pela Missão de Consolidação de Paz da ONU no terreno, Monusco, o Fundo da ONU para Infância, Unicef, o Comité Internacional da Cruz Vermelha, e os parceiros no terreno.
Crianças-Soldado
Um dos parceiros desta operação é a organização não-governamental Escritório de Serviço Voluntário para Crianças e Saúde. A ONG dispõe de um centro de transição em Bukavu, na província de Kivu do Sul, onde as crianças aprendem as atitudes mais básicas para readaptar-se à sociedade.
No centro, as crianças recebem também refeições diárias fornecidas pelo Programa Mundial de Alimentação, PMA, e aprendem a conviver entre si através da partilha de jogos, por exemplo.
O Unicef contribui com o ensino, a formação vocacional e o acesso a serviços de saúde.
Estigmatização
Neste ano, o centro admitiu mais de 60 jovens vítimas de violência sexual e de género e com necessidade de tratamento psicológico especializado. Algumas chegam ao centro grávidas ou com bebés e necessitam de tratamento médico e de nutrição.
Depois de abandonar os grupos armados são estigmatizadas como prostitutas, muitas vezes pela sua própria família.
De acordo com o Fundo da ONU para Infância, Unicef, estima-se que desde 2004 foram desmobilizadas mais de 33 mil crianças-soldado congolesas.
No entanto, não se conhece o número de crianças-soldado em terreno nacional.
Financiamento
Este ano, a ONU e os parceiros humanitários pediram uma ajuda de US$718 milhões para tratar das necessidades mais urgentes na República Democrática do Congo.