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Serra Leoa: enviado da ONU aponta desafios para a construção da democracia

Serra Leoa: enviado da ONU aponta desafios para a construção da democracia

Em contagem decrescente para eleições presidenciais de novembro, país tem registado manifestações de violências e há sinais que podem ameaçar a construção da democracia, segundo enviado da ONU.

[caption id="attachment_213333" align="alignleft" width="350" caption="Michael von der Schulenburg"]

Susete Sampaio, da Rádio ONU em Lyon.

As próximas presidenciais na Serra Leoa constituem um grande desafio para a democracia ainda em embrião. Esta foi a informação avançada pelo enviado da ONU ao país, Michael von der Schulenburg, que se dirigiu ao Conselho de Segurança, na quinta-feira. O anterior chefe da Missão Integrada de Paz da ONU na Serra Leoa, Unipsil, terminou funções em fevereiro.

O enviado especial pediu à elite política da Serra Leoa que coloque os interesses nacionais acima das suas ambições políticas, na corrida para as eleições de novembro.

Violência

A nação deve passar por este teste crucial na sua História sem permitir o reaparecimento dos demónios do passado, segundo von der Schulenburg. Nos últimos meses e em clima de corrida para as eleições de novembro, houve relatos de manifestações de violências entre grupos políticos rivais.

Estas são as terceiras eleições, depois do fim da guerra que durou duas décadas em 2002.

E são as segundas desde a retirada da anterior missão da ONU no país, a Unamsil, em 2005.

Armas

O ex-chefe da Unipsil apontou os últimos relatos de que o Governo teria importado no mês de janeiro armas de assalto no valor de milhões de dólares, para equipar uma força paramilitar recentemente alargada do corpo de polícia, conhecida como Divisão de Serviços Operacionais.

Ele também referiu informações sobre a imposição de uma proibição de três meses para os comícios políticos e a paragem de um jornal crítico do Governo.

O país ficou conhecido por uma guerra civil que durou duas décadas, e incluiu massacres, mutilações, recrutamento de Crianças-soldado. A Serra Leoa e o Burundi foram os primeiros países a figurar na agenda da Comissão de paz da ONU. Criada em 2006, a comissão pretendia evitar que os países em período pós-conflito mergulhassem outra vez nesse círculo vicioso.