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Kofi Annan vai à China e à Russia para debater crise política na Síria BR

Kofi Annan vai à China e à Russia para debater crise política na Síria

Os dois países anunciaram seu apoio ao plano de paz do enviado especial, pouco mais de um mês após vetarem uma resolução do Conselho de Segurança, que condenava a violência na nação árabe; Acnur quer US$ 84 milhões para socorrer refugiados dos confrontos.

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Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, embarca este fim de semana para a China e a Rússia, onde deverá discutir a situação da violência política na Síria.

Segundo a ONU, mais de 8 mil pessoas já morreram nos confrontos entre tropas do governo e opositores do presidente Bashar al-Assad.

Projeto de Resolução

O anúncio da visita ocorre dias após China e Rússia terem se unido a outros membros do Conselho de Segurança para aprovar o plano de Annan sobre o fim da violência no país. No mês passado, os dois países haviam vetado um projeto de resolução que condenava as mortes na Síria.

O porta-voz de Kofi Annan, Ahmad Fawzi, falou sobre a missão enviada a Damasco que debateu propostas de Annan para o fim da crise.

Fawzi contou que a missão enviada a Damasco já retornou após conversações intensas com autoridades sírias. Ele afirmou que o enviado especial está agora analisando essas propostas para continuar com negociações ao telefone. Mas para Kofi Annan, o mais importante agora é se reunir com os chineses e os russos.

Diálogo Político

O plano de paz de Kofi Annan inclui seis pontos, entre eles o acesso de agências humanitárias às cidades afetadas e o início do diálogo político.

Nesta sexta-feira, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, pediu US$ 84 milhões, equivalentes a mais de R$ 142 milhões, para socorrer os sírios que estão fugindo da violência. A maioria está se refugiando na Jordânia, no Líbano, na Turquia e no Iraque.

Ainda nesta sexta-feira o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou uma resolução condenando os ataques a civis e o que chamou do rápido aumento de violações dos direitos humanos na Síria. O documento foi aprovado por 41 votos a favor, três contra e duas abstenções.