Anúncio foi feito pelo Tribunal Penal Internacional, TPI, para a ex-Jugoslávia; ex-general dos sérvios na Bósnia é acusado de genocídio e crimes de guerra, mas nega qualquer participação.
Joyce de Pina, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O antigo chefe militar dos sérvios na Bósnia, Ratko Mladic, fugido à justiça durante 16 anos, vai ser presente no banco dos réus no dia 14 de maio.
O anúncio foi feito esta quarta-feira pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia, uma instância judicial das Nações Unidas.
Preparativos
O tribunal, criado nos anos 90 na sequência do conflito nos Balcãs, vai acusar Mladic de genocídio e crimes de guerra. O ex-general nega as acusações.
A data do julgamento, inicialmente marcada para março, foi adiada, segundo o Tribunal, para permitir à acusação e defesa completarem os preparativos antes do julgamento.
De acordo com a acusação, mais de 400 testemunhas vão ser chamadas a depor e quase 30 mil documentos e provas vão ser exibidas. A acusação estima necessitar de 200 horas para poder argumentar o caso.
Acusação
Ratko Mladic, de 68 anos, é acusado de genocídio e outros crimes de guerra contra muçulmanos da Bósnia, croatas bósnios e outros civis não-sérvios entre maio de 1992 e 1995, na Bósnia-Herzegovina.
O auto de acusação, entre outras coisas, indica que Mladic liderou forças sérvias durante o massacre de mais de 7 mil muçulmanos, homens e adolescentes, em Srebrenica, em julho de 1995, considerado um dos mais notórios episódios do conflito.
Defesa
A defesa de Mladic pede ao tribunal que considere as condições de saúde do ex-general no processo, mas os juízes já indicaram que não estão convencidos de que seja razão suficiente para alterar a data prevista para o julgamento.
O antigo general foi detido em maio passado na Sérvia, depois de 16 anos a monte. Em julho, durante uma sessão judicial, Mladic negou as acusações de que é alvo.