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Crise alimentar ameaça 5 milhões no Sudão do Sul se nada for feito

Crise alimentar ameaça 5 milhões no Sudão do Sul se nada for feito

Um documento redigido por agências da ONU dá conta da necessidade de ações urgentes para evitar a fome no Sudão do Sul; a situação de crise alimentar aproxima-se de forma rápida dos níveis considerados críticos.

[caption id="attachment_211261" align="alignleft" width="350" caption="Foto: Acnur"]

Joyce de Pina, da Rádio ONU em Nova Iorque.

De acordo com um relatório conjunto elaborado por agências das Nações Unidas, quase cinco milhões de sudaneses do sul correm o risco de ser afetados pela fome se nada for feito.

A situação é crítica, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, e o Programa Mundial de Alimentação, PMA.

Milhões de Vítimas

O relatório conjunto chama a atenção para o facto de 4,7 milhões de pessoas correrem o risco de passar fome este ano, o que representa um aumento em relação ao ano passado, quando 3,3 milhões estiveram ameaçadas.

A insuficiência de chuvas, o conflito e os deslocados são situações que contribuem para colheitas fracas. Também o regresso de muitos sudaneses do sul residentes no Sudão aumenta os riscos de ocorrer uma emergência alimentar.

Fome

Esses sudaneses residiam no Sudão quando foi declarada a independência do Sudão do Sul em julho passado. Ao regressarem, aumentam a procura de alimentos, o que faz com que os preços aumentem também, atingindo, por vezes, valores insuportáveis para as comunidades já por si vulneráveis.

O FAO e PMA alertam ainda para o facto de o número de vítimas poder duplicar nos próximos meses caso não sejam concertados esforços para colocar um fim ao conflito interno, deslocações e aumento do nível de insegurança no país.

As duas agências estão a tentar angariar US$ 183 milhões para assistir aos mais necessitados e tentar apoiar o setor agrícola do país.