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Relatora da ONU para direito à moradia visita israelenses e palestinos BR

Relatora da ONU para direito à moradia visita israelenses e palestinos

A brasileira Raquel Rolnik irá conhecer comunidades afetadas por problemas sócio-econômicos e políticos.

[caption id="attachment_210790" align="alignleft" width="350" caption="Foto: World Bank"]

Daniela Kresch, da Rádio ONU em Tel Aviv.

A brasileira Raquel Rolnik, relatora especial da ONU para o Direito à Moradia Adequada, chegou neste domingo ao Oriente Médio para uma visita de duas semanas a Israel e aos territórios palestinos.

A arquiteta e urbanista vai analisar  os desafios do acesso à habitação na região, principalmente as acusações de expulsões indiscriminadas e a falta de acesso a material de construção.

Antes da viagem, Raquel afirmou que dará atenção “às dificuldades enfrentadas por israelenses e palestinos em seus esforços para realizar o direito à habitação”.

Ela se disse “ansiosa” para visitar comunidades locais e ouvir suas experiências.

Custo de vida

Durante a missão, a relatora especial vai se encontrar com representantes dos governos de Israel e da Autoridade Nacional Palestina, além de ONGs nacionais e estrangeiras.

Em Israel, Raquel Rolnik conhecerá comunidades em Tel Aviv, Haifa, na Galiléia e no deserto do Neguev, as quais sofrem com o aumento do custo de vida e do preço da moradia no país.

No caso dos palestinos, entrará em contato com moradores de Jerusalém Oriental, do Vale do Jordão e da Faixa de Gaza.

Deslocamenros forçados

Antes de chegar, a arquiteta pediu o fim das demolições de casas de palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, um fenômeno que também preocupa as Nações Unidas.

Um relatório da ONU, divulgado na semana passada, dá conta de que 622 estruturas – entre casas, mesquitas, estábulos e escolas – foram destruídas em 2011, muitas delas por colonos israelenses.

Segundo o documento “Demolições e Deslocamentos Forçados na Cisjordânia Ocupada”, preparado pelo Escritório de Assistência Humanitária (Ocha) da ONU, os casos aumentaram 42% em relação a 2010.

Alguns se devem à violência cometida por colonos israelenses contra palestinos.

Raquel Rolnik apelou para que o governo de Israel reprima esse tipo de agressão e também evite a destruição de propriedade privada palestina pelas Forças de Defesa do país. As conclusões preliminares da relatora especial serão apresentadas no dia 12 de fevereiro.