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ONU lança operação humanitária em massa no Sudão do Sul

ONU lança operação humanitária em massa no Sudão do Sul

Estima-se que 60 mil pessoas tenham fugido da violência e agora tentam regressar a casa; ONU necessita de helicópteros para chegar às áreas mais afectadas; dezenas de crianças em risco.

[caption id="attachment_209731" align="alignleft" width="350" caption="Foto: UN PHOTO"]

Joyce de Pina, da Rádio ONU em Nova Iorque.

As Nações Unidas e as organizações não-governamentais vão lançar uma mega-operação humanitária no estado do Jonglei, no Sudão do Sul, para dar assistência aos deslocados internos que tentam regressar a casa.

O Escritório das Nações Unidas para Assistência Humanitária, Ocha, apelou para que os doadores contribuam para as operações, em especial com helicópteros. As cinco áreas geográficas identificadas como urgentemente necessitadas de acção humanitária não estão acessíveis por terra. Como explicou a coordenadora do Ocha no Sudão do Sul, Lise Grande, em entrevista à Rádio ONU do Sudão do Sul.

“Além de sublinhar que a mega-operação vai ser lançada, Grande recordou que ontem o governo do Sudão do Sul declarou o destado de calamidade no Jonglei e pediu ajuda. As localidades na lista de intervenção urgente estão acessíveis apenas por via aérea. Lise Grande acrescenta que em termos logísticos a ONU vai enfrentar uma operação muito complicada.”

Milhares de Deslocados

De acordo com as Nações Unidas, o Sudão do Sul necessita de quase US$ 764 milhões para responder à crise que enfrenta.

Os deslocados internos, que fugiram de confrontos interétnicos há duas semanas, refugiaram-se no mato e muitos não têm casa para voltar, porque os confrontos entre as tribos rivais arrasaram aldeias e localidades inteiras.

Violência Interétnica

Ainda de acordo com a ONU, a segurança alimentar é um dos principais pontos desta crise humanitária.

Há duas semanas o grupo étnico Lou Nuer começou a preparar-se para um ataque concertado contra membros do grupo Murle. Em causa conflitos históricos entre as duas comunidades por causa de pastagens e acesso à água potável. Os membros da comunidade Murle fugiram das casas e aldeias, na maioria mulheres e crianças.