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FAO aposta nos biocombustíveis que ajudam a melhorar segurança alimentar

FAO aposta nos biocombustíveis que ajudam a melhorar segurança alimentar

Agência da ONU vai estudar que países podem aderir de forma mais intensa a produção de biocombustíveis; os países africanos de expressão portuguesa têm potencial nesta área

[caption id="attachment_209587" align="alignleft" width="350" caption="Biocombustíveis são forma alternativa "]

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque*.

O novo chefe da agência para Agricultura e Alimentação, José Graziano da Silva, contou à Rádio ONU, de Roma, que na América Latina apenas quatro nações estão aptas a produzir etanol sem afetar a segurança alimentar.

Além do Brasil, na lista estão também a Argentina, a Colômbia e o Paraguai.

Segundo agências de notícias, no continente africano, os países lusófonos potenciais recetores do programa da agência da ONU são, entre outros, Angola, Moçambique, Cabo Verde ou São Tomé e Príncipe.

Biocombustíveis e alimentos

Estes países, em cooperação com o Brasil, desenvolvem ou estudam a possibilidde de virem a desenvolver culturas para efeitos de produção de biocombustível.

Segundo José Graziano da Silva, diretor da FAO, a produção não deve jamais afetar a segurança alimentar. As Nações Unidas devem estudar a situação de cada país interessado em produzir biocombustíveis.

O tema é polêmico. Até mesmo o relator para o Direito à Alimentação da ONU, Olivier de Schutter, já chamou a atenção, várias vezes, para a perda de terras cultiváveis, por agricultores em países desenvolvidos, que ameaçam comunidades inteiras com a fome.

Cooperação

Nesta entrevista à Rádio ONU, de Roma, José Graziano da Silva afirmou que é preciso analisar a situação de cada país. E deu como exemplo um estudo feito na América Latina, sobre o impacto na produção do etanol.

“Nós precisamos, caso a caso, ver que países podem ou não produzir biocombustível sem que isso afete a segurança alimentar, porque a segurança alimentar deve ter sempre prioridade. No caso da América Latina, nós fizemos um estudo detalhado e chegamos à conclusão que somente quatro países da região podem expandir a produção de biocombustível sem colocar em risco a segurança alimentar. São eles: a Argentina, o Brasil, a Colômbia e o Paraguai, que também é um grande produtor de grãos.”

Cana e Milho

Ainda de acordo com José Graziano da Silva, nem todos os biocombustíveis são ruins. O responsável afirmou que enquanto o produzido pela cana-de-açúcar é sustentável, já o baseado em milho, como é o etanol americano, é o que mais preocupa a agência.

*Apresentação: Joyce de Pina