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África é prioridade da FAO em 2012 para programa de segurança alimentar

África é prioridade da FAO em 2012 para programa de segurança alimentar

Novo diretor-geral da agência da ONU adverte que número de afetados pela fome pode aumentar devido à volatilidade dos mercados; agência vai aprofundar política de assistência alimentar nos países lusófonos.

[caption id="attachment_209581" align="alignleft" width="350" caption="Foto: FAO"]

Joyce de Pina, da Rádio ONU em Nova Iorque.

De acordo com as Nações Unidas, atualmente mais de mil milhões de pessoas não têm o suficiente para comer. O número aumentou nos últimos anos também por causa da recessão global e da alta no preço dos alimentos. No entanto, o número de vítimas pode aumentar ainda mais este ano.

O novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, falou com a Rádio ONU, em Roma. José Graziano da Silva afirmou que África vai ser uma das prioridades do seu mandato que começou a 1 de janeiro.

Prioridade África

De acordo com Graziano da Silva, para os países africanos de língua portuguesa necessitados de ajuda na área alimentar, a FAO vai aprofundar os projectos de cooperação bilaterais e trilaterais já existentes, com o Brasil a liderar.

“Nós já temos acertado um progama de implantar uma política de segurança alimentar para os países lusófonos. O Brasil e Portugal estão a cooperar com os países de língua portuguesa da África e mais o Timor-Leste na Ásia para rapidamente implantar uma política de assistência alimentar com assistência técnica brasileira. Isso já está em curso, são programas de cooperação bilateral e trilateral, onde a FAO desempenha esse papel de ser a articuladora e a que prov ê a assistência técnica aos países africanos.”

O antigo ministro para a Segurança Alimentar no Brasil, no tempo do presidente Lula da Silva, e ex-chefe da FAO para a América Latina e Caraíbas, tem 62 anos e é engenheiro agrónomo.

Aumentar eficiência

À Rádio ONU, Graziano da Silva afirmou também que a FAO deve passar por um processo de descentralização. "Atualmente, três quartos dos recursos da FAO são empregados na sede em Roma. Temos que mudar isso, e levar a FAO para os países mais pobres, às regiões às quais ela serve", indicou.

A FAO é a maior agência das Nações Unidas, tem 3600 funcionários e um orçamento anual de mil milhões de dólares. Graziano da Silva substitui o senegalês Jacques Diouf e tem um mandato de três anos e meio.