Em 2012, FAO deve investir em nações emergentes, diz Graziano da Silva

Novo diretor-geral afirmou que agência precisa intensificar cooperação Sul-Sul em técnicas agrícolas sustentáveis; ex-ministro brasileiro tomou posse, em Roma, no domingo.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, deve começar o ano de 2012 investindo mais na Cooperação Sul-Sul.

A afirmação é do novo diretor-geral da agência, José Graziano da Silva. Ele falou à Rádio ONU, de Roma, em seu primeiro dia de trabalho no posto, sobre uma das propostas que tem para aumentar a cooperação Sul-Sul na área agrícola.

Cultivo Direto

“Neste momento, especialmente, de turbulência no mundo desenvolvido, os países emergentes têm que assumir maiores responsabilidades. E é no Sul hoje que nós temos o maior elenco de tecnologias, ecologicamente adaptadas, para o desenvolvimento da agricultura em outras partes do mundo. Dou apenas um exemplo: a Argentina produz mais de 95% de seus grãos, basicamente trigo, milho e soja, com o cultivo direto, sem provocar erosão do solo. Este é apenas um dos exemplos de uma tecnologia moderna, revolucionária que pode ser estendida a outros países, através da Cooperação Sul-Sul.”

José Graziano da Silva foi ministro do ex-governo Lula e comandou o Programa Fome Zero. Agora à frente da FAO, ele diz que erradicar a fome será sua prioridade, e contou como executará o plano.

“Colocar a FAO a serviço dos países que querem não apenas atingir a Meta do Milênio para 2015, de reduzir o número de pessoas subnutridas pela metade, mas apontar para a completa erradicação da fome. Eu acredito que com relação à fome, nós não podemos ter meio termo.”

De acordo com as Nações Unidas, mais de 1 bilhão de pessoas não têm o suficiente para comer, atualmente. O número aumentou nos últimos anos também por causa da recessão global e da alta no preço dos alimentos.

*Apresentação: Eduardo Costa Mendonça.