Projeto serve para reduzir de modo considerável as emissões de CO2 em sete localidades do país; o Mundial do Futebol 2010 foi uma oportunidade para melhorar o sistema nacional de transportes.
Susete Sampaio, da Rádio ONU em Lyon.
O setor dos transportes é a segunda maior fonte emissora de gases de efeito estufa na África do Sul. Um país onde os habitantes usam os carros particulares e os táxis miniautocarros para deslocações normais.
As áreas urbanas sul-africanas têm fraca densidade habitacional e as distâncias percorridas em viagens são longas, o que afeta principalmente a população de classe baixa.
Infraestruturas
De acordo com comunicado emitido na semana passada, o Programa da ONU para Desenvolvimento, Pnud, vai ajudar a implementar um projeto nessa área, destinado a sete cidades sul-africanas de pequena dimensão.
As cidades vão dispor de novas estradas de velocípedes, para circulação de peões e ciclistas.
Atualmente, 70% dos lares sul-africanos não têm acesso a veículos particulares e dependem dos transportes públicos, na sua maioria dos táxis miniautocarros.
Esses veículos garantem 63% das deslocações públicas de trabalho, enquanto os autocarros garantem uns 20%.
Estima-se que o uso de combustível pelo setor nacional de transportes possa registar um aumento de 54% entre 2005 e 2015, e de 60% na década seguinte até 2025.
De modo a reduzir esse valor de carbono emitido e contribuir para o novo projeto, o Fundo Global para o Meio Ambiente, GEF, forneceu um financiamento de US$ 11 milhões.
O Departamento de Transportes da África do Sul usou o Mundial de Futebol 2010, como oportunidade para melhorar o sistema nacional de transportes.
Na altura, a implementação de duas estruturas de autocarros permitiu o transporte de espetadores do Mundial.
Agora o mesmo sistema foi aproveitado para o transporte comum de passageiros.
Se o projeto for repetido noutras cidades do país, as poupanças poderão atingir o equivalente a 2 milhões de toneladas de CO2.
A redução de emissões de gases de efeito estufa é estimada em 423 mil toneladas de CO2 por um período superior a 10 anos.