É a primeira viagem que uma delegação de alto nível da ONU visita o país desde 1993, dois anos após a queda do presidente Siad Barre e do início do conflito civil.
[caption id="attachment_208668" align="alignleft" width="350" caption="Ban Ki-moon condenou ataques "]
Susete Sampaio, da Rádio ONU em Lyon.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, chegou esta sexta-feira a Mogadíscio, capital da Somália, para pedir o fim da violência no país. Ban foi acompanhado do presidente da Assembleia Geral da ONU, Nassir Abdulaziz al-Nasser.
Os dois reuniram-se com o presidente somali e outras autoridades da nação do extremo leste africano.
Comunidade Internacional
A Somália vive um conflito civil desde 1991, quando o ex-presidente Mohamed Siad Barre deixou o poder. Dirigindo-se a jornalistas, Ban disse que estava no país para perceber como a comunidade internacional pode apoiar o governo e os somalis. O país tem, no momento, um governo de transição.
O líder da ONU também pediu aos rebeldes da milícia Al Shabaab que acabem com a violência e participem no processo de paz.
A milícia proibiu agências humanitárias de atuarem nas áreas controladas pelos rebeldes. Ban Ki-moon condenou os ataques praticados pelas milícias.
Reconciliação
Ban Ki-moon disse aos Al Shabaab, e outros grupos, que paz, segurança e direitos humanos têm implicações regionais.
Segundo ele, o país já sofreu muito e por um longo período de tempo. O Secretário-Geral disse que chegou a hora da reconciliação.
Os rebeldes do Al Shabaab também são acusados de recrutar crianças-soldado numa crise que está agravada pela fome e pela seca.
Quatro milhões de pessoas foram atingidas e outras 250 mil enfrentam uma situação de fome.
Escritório Político
Esta é a primeira vez que uma delegação de alto nível da ONU visita a Somália, desde 1993.
De acordo com o Alto Comissariado para Refugiados, Acnur, a Somália é o país com a pior situação humanitária do mundo.
Ban Ki-moon afirmou que é preciso avançar com a Constituição e uma reforma parlamentar. Ele disse ainda que o Escritório de Coordenação Política da ONU será transferido para Mogadíscio em janeiro.