Dia Internacional de Abolição da Escravatura: as faces modernas da questão
Relatora especial e Fundo de Contribuições da ONU para formas atuais de Escravatura assinalam a necessidade de mais financiamento, enquanto a luta contra o fenómeno é “insuficiente’’, embora registe progresso.
[caption id="attachment_208382" align="alignleft" width="350" caption="Esforços contra a escravatura são "insuficientes""]
Susete Sampaio, da Rádio ONU em Lyon.
A “Escravatura não faz parte da História”. A expressão é usada pela Relatora Especial da ONU sobre as Formas Contemporâneas de Escravatura, as Causas e Consequências, e serve para marcar esta edição do dia Internacional de Abolição da Escravatura, a 2 de dezembro.
De acordo com comunicado da relatora em conjunto com o Fundo de Contribuições da ONU para a mesma área, publicado nesta sexta-feira, Gulnara Shahinian disse que “os esforços mundiais de luta contra a escravatura têm sido insuficientes, apesar do progresso significativo na área, conseguido em várias partes do mundo.”
Ajuda
É também neste dia que se celebra o vigésimo aniversário do Fundo de Obrigações da ONU. Um fundo que desde 1991, segundo Shahinian, tem “aumentado a ajuda humanitária, legal e financeira para com aqueles cujos direitos humanos foram violados com formas contemporâneas de escravatura” e colaborado com ONG’s.
A relatora frisou ainda que a escravatura atual existe em todo o mundo, e faz parte do sistema religioso, económico ou social, “onde quer que haja uma procura” de trabalho que apenas beneficia alguns homens “gananciosos e egoístas que exploram a mão-de-obra de homens, mulheres, meninas e meninos”.
Contribuições
O Fundo atua em várias áreas para ajudar as vítimas de escravatura. E até ao momento, já “apoiou mais de 400 projetos em 90 países, que assistiram diretamente centenas de vítimas e de potenciais vítimas em todo o mundo”, como referiu, na mesma mensagem,Virginia Murillo, Presidente do Conselho de Administração do Fundo.
Em mensagem comemorativa deste dia, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon apelou a que todos os governos, empresas, ONG’s e outros parceiros traduzam o seu compromisso na luta contra a escravatura através de contribuições financeiras e de uma colaboração conjunta para terminar com este fenómeno.
Uma contribuição que também foi pedida pela alta comissária da ONU para direitos humanos, Navi Pillay, ao sublinhar “o papel importante desempenhado pelo Fundo nos últimos 20 anos”.