Ex-presidente marfinense chega ao Tribunal Penal Internacional, em Haia
Laurent Gbagbo foi entregue pela Cote d’Ivoire, também conhecida como Costa do Marfim, após ordem de prisão; ele é suspeito de crimes contra Humanidade praticados durante violência pós-eleitoral no país africano.
[caption id="attachment_208227" align="alignleft" width="350" caption="Laurent Gbagbo"]
Susete Sampaio, da Rádio ONU em Lyon.*
O ex-presidente da Cote d’Ivoire, também conhecida como Costa do Marfim, Laurent Ggagbo chegou esta quarta-feira ao Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, na Holanda.
Gbagbo era procurado pelo órgão por crimes contra a Humanidade. Ele foi detido na terça-feira, dias após a emissão de um mandado de prisão pela câmara do Tribunal.
Repressão
O ex-presidente marfinense, de 66 anos, é acusado de coautoria em homicídios, estupros, crueldades e crimes contra a Humanidade. Os delitos teriam sido praticados após a derrota de Gbagbo nas eleições presidenciais na Costa do Marfim, no ano passado.
Ele se recusou a deixar o governo, e, de acordo com as alegações, forças de segurança sob seu comando teriam iniciado a repressão aos opositores e simpatizantes do candidato vitorioso, Alassane Ouattara.
De acordo com relatos recebidos pela ONU, milhares de pessoas morreram e pelo menos 600 mil tiveram que deixar suas casas para fugir da violência.
Após a prisão do ex-chefe de Estado africano, o promotor do TPI, Luis Moreno Ocampo afirmou que a violência contra opositores “foi premeditada”.
Justiça
Moreno Ocampo disse ainda que, a partir de agora, os “dirigentes políticos deverão entender que não será mais possível recorrer à violência para se manter no poder. E que ninguém poderá escapar da justiça.”
O Tribunal Pena Internacional expediu ordens de prisão não só para Laurent Gbagbo, mas também a simpatizantes do atual presidente marfinense Alassane Ouattara, acusados de violência durante a disputa eleitoral.
Gbagbo é o segundo chefe de Estado africano a ser preso por tribunais internacionais em Haia; Charles Taylor, ex-presidente da Libéria, enfrentou um julgamento no Tribunal Especial para a Serra Leoa, no início deste ano.
*Apresentação: Mônica Villela Grayley.