Enviada da ONU preocupada com abusos de angolanos expatriados da RD Congo
Refugiados angolanos naquele país estão a ser repatriados pelo Acnur; existem alegações de abusos dos direitos humanos por parte de autoridades angolanas contra os compatriotas que tentam regressar à casa.
[caption id="attachment_207487" align="alignleft" width="350" caption="Margot Wallström"]
Susete Sampaio, da Rádio ONU em Lyon
A representante especial do Secretário Geral sobre a Violência Sexual em Conflitos disse na quinta-feira estar preocupada com alegações de que angolanos continuam a ser vítimas de abuso na República Democrática do Congo.
De acordo com Margot Wallström, as “alegações incluem violações, espancamentos, pilhagens e tortura por parte das forças de segurança do Governo de Angola’’.
Casos Recentes
Os casos mais recentes de abusos remontam ao período entre 4 e 7 de Outubro, na aldeia de Tshiambi, em Angola, ao longo da fronteira com a província Kasai Occidental, da RD Congo.
Wallström deixou um apelo às autoridades angolanas e congolesas que investiguem de imediato os alegados abusos de forma a responsabilizar os culpados, no seguimento do comunicado conjunto que foi publicado pela Angola e a ONU no passado mês de Março.
Imigrantes
A representante especial pediu também que os dois países façam uso da Comissão Conjunta da Angola-RD Congo para abordar o tema das comunidades de imigrantes e das expulsões.
Wallström relembrou que “a violação é um crime contra a humanidade, não menos grave que outros crimes, e que os autores vão ser responsabilizados’’, acrescentando que vai existir um “acompanhamento destes e outros incidentes de alegada violência sexual associada a conflitos’’, além de “solidariedade para com os sobreviventes’’.
Recentemente, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, relançou programa de repatriação de refugiados angolanos a viver na RD Congo, depois de um estudo que mostrou a vontade de muitos em regressar a casa.