Fundo reconhece a raridade de atenção dirigida a este grupo com VIH-Sida; país do leste africano apresenta 40% de jovens com novas infeções, que sofrem de discriminação e de falta de meios para evitar ou conviver com doença.
[caption id="attachment_207358" align="alignleft" width="350" caption="Foto: Unicef "]
Susete Sampaio, da Rádio ONU em Lyon
Os jovens são um público vulnerável no que toca a metade das novas infeções de VIH tanto no Ruanda como em todo o mundo. Uma realidade que deve ser combatida, como referido durante a Sétima Conferência Pediátrica Anual Sobre Crianças e o VIH.
O evento, que termina esta sexta-feira, organizado pelo Fundo da ONU para a Infância, Unicef e o Centro Biomédico Ruandês, reúne cerca de 200 especialistas do leste africano.
Adolescentes
No cerne dos estudos de resposta nacional à Sida estão os adolescentes, seropositivos ou não. Com participação ativa no evento, os jovens dão a sua opinião em termos de prevenção, cuidados e programas de tratamento adaptados às suas necessidades, para dar mais efetividade às recomendações finais da conferência.
A vice-diretora regional do Unicef para a África de Leste e Sul, Elke Wisch, aproveitou para felicitar o país pela resposta às preocupações juvenis. Para Wisch, é “raro vê-los incluídos nos cuidados preventivos e, mais preocupante ainda, são poucos os programas de tratamentos adaptados às necessidades especiais destes’’.
Percentagens
No total e de acordo com o Unicef, 2 milhões de adolescentes entre os 10 e 19 anos são seropositivos, mas muitos desconhecem o seu estado. A cada dia que passa, registam-se 2,500 novos casos de jovens infetados pelo vírus em todo o mundo. Indivíduos entre os 15 e os 24 anos correspondem a 41% das novas infeções a nível mundial, um número que para o Ruanda é de 40%.
Muitos ruandeses desconhecem o seu estado e encontram-se em idade sexualmente ativa onde esquecem métodos de proteção. Dos que são seropositivos, muitos já terão perdido uma ou as duas figuras paternas devido à doença, sofrem com a discriminação e são muitas vezes obrigados a ser chefes de família.