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Acnur repatria refugiados angolanos da República Democrática do Congo

Acnur repatria refugiados angolanos da República Democrática do Congo

O Alto Comissariado para Refugiados retoma programa depois de um intervalo de quatro anos por dificuldades logísticas; mais de 100 mil refugiados angolanos vivem em países como RD Congo, Zâmbia, Botsuana e Namíbia.

Susete Sampaio, da Rádio ONU em Lyon.

 

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, relançou um programa de repatriação para refugiados angolanos na Républica Democrática do Congo, RD Congo. 

São 252 pessoas que vão ter a oportunidade de regressar a casa, abandonando assim a cidade de Kimpese, situada a cerca de 220 km a ocidente da capital congolesa, Kinshasa. 

Quatro anos volvidos, depois da última operação de repatriação em massa de angolanos naquele país da África subsariana, interrompida por dificuldades logísticas. Também com a duração de quatro anos, a última operação permitiu a 57 mil angolanos regressar à sua pátria, segundo as palavras do porta-voz do Acnur, Andrej Mahecic, numa conferência em Genebra. 

Números

Nas últimas décadas, o número de angolanos em exílio na RD Congo atingiu os 80 mil.  

Um estudo realizado no ano passado pelo Acnur indica a vontade de 43 mil angolanos em regressar. E em junho deste ano, um acordo tripartido assinado por Angola, RD Congo e o Acnur oficializou a medida. Cerca de 20 mil pessoas já se inscreveram para receber a ajuda de repatriação do Acnur.

A melhoria das perspetivas de paz em Angola, as famílias à espera no país e as saudades de casa são algumas das razões que levam os refugiados a querer ser repatriados, de acordo com o Acnur.

Repatriação

Antes da viagem rumo a casa, os angolanos tiveram de passar um exame médico e de ser vacinados. Por seu lado, Angola já referiu que as autoridades ajudarão os refugiados com alojamento, micro-crédito, formação profissional, entre outras áreas, enquanto que o Acnur garantirá o seu conforto ao longo dos próximos 18 meses.