Luísa Diogo defende agenda comum de desenvolvimento sustentável na Cplp
Antiga chefe do governo moçambicano, que integra o Painel do Secretário-Geral da ONU sobre a Sustentabilidade Global, falava à Rádio ONU antes do limite da entrega das propostas para apresentações na Rio +20, a 1 de Novembro.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A antiga primeira-ministra de Moçambique, Luísa Diogo, defendeu uma agenda comum para os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, sobre protecção ambiental e desenvolvimento sustentável.
Falando à Rádio ONU, em Nova Iorque, Diogo indicou que factores como a proximidade cultural, os vínculos históricos e o processo de aculturação baseado na língua justificariam uma possível integração.
Cplp
“Com a Cplp, acho que estes países olhem para a questão de desenvolvimento sustentável com a devida seriedade, porque é uma comunidade que deve desenvolver esta agenda sem uma fronteira comum, o que não é fácil. Mas através da língua, cultura próxima, através de uma história objectivos e visão comuns de desenvolvimento, estes países podem perfeitamente desenvolver uma agenda comum do desenvolvimento sustentável”, defendeu.
A antiga governante apresentou, na sede da ONU, uma série de recomendações baseadas na experiência de Moçambique durante a Reunião do Painel do Secretário-Geral sobre a Sustentabilidade Global.
O grupo de figuras internacionais, do qual Diogo faz parte, está a elaborar um relatório a ser apresentado em Janeiro de 2012 na última reunião do painel, antes da realização da Conferência sobre o Clima, Rio +20.
Agenda
Luísa Diogo enumerou as áreas que podem beneficiar da agenda de desenvolvimento na comunidade de oito países de expressão portuguesa.
“Temos com Angola programas comuns e uma história de libertação muito ligada.Temos com Cabo Verde, com a Guiné-Bissau e com São Tomé e Príncipe e até com Timor Leste, que apesar da distância, sentimos que somos agendas comuns. Porque não partilhar esta a agenda de desenvolvendo sustentável – desenvolvimento e não ambiente - de uma forma comum? Porque agora falamos de desenvolvimento sustentável olhando para o crescimento económico, social e humano de uma maneira sustentável.”
O encontro do painel foi o último antes da data limite estabelecida para a entrega das propostas escritas para apresentações na Rio +20, a 1 de Novembro.