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ONU condena morte de manifestantes em duas cidades do Iémen

ONU condena morte de manifestantes em duas cidades do Iémen

Escritório de Direitos Humanos deplora destino de vítimas devido ao “uso indiscriminado da força” contra manifestantes em duas cidades iemenitas.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU, em Nova Iorque.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU condenou os relatos de mortes e ferimentos de vários manifestantes nas cidades iemenitas de Sanaa e Taiz.

Uma nota, publicada, esta terça-feira, em Genebra, refere que os incidentes, ocorridos no último sábado, resultaram do “uso indiscriminado da força contra manifestantes desarmados”, levado a cabo pelas forças de segurança iemenitas. O escritório aponta que centenas de pessoas foram feridas.

Violência

A ONU estima que outras centenas morreram devido à violência em protestos contra o governo do presidente Ali Abdulah Saleh, iniciados há oito meses.

As manifestações são parte do movimento conhecido por primavera árabe, que se alastrou por vários países do Norte de África e do Médio Oriente.

O porta-voz do escritório, Rupert Colville disse haver “extrema preocupação” com o clima de impunidade devido ao uso excessivo da força, grande perda de vidas, além de danos após repetidas promessas do governo de fazer o contrário.

Investigação Independente

Um apelo a uma investigação internacional independente e transparente voltada à prestação de contas e para que seja feita justiça foi reiterado pelo escritório.

O pedido também foi feito aos opositores armados do governo para que “retirem suas armas de espaços públicos usados por manifestantes pacíficos e para que cessem os ataques armados a partir de áreas densamente povoadas.”

O pronunciamento indica haver um agravamento das condições de vida dos moradores de Sanaa e Taiz, que afecta de forma mais grave as famílias mais pobres.